segunda-feira, 29 de março de 2010

BASES FISIOLÓGICAS DA SEMIÓTICA PEIRCEANA - I resumo

DISSERTAÇÃO: AS BASES FISIOLÓGICAS DA ESTRUTURA TRIÁDICA DA SEMIÓTICA: ANÁLISE DOS PROCESSOS PERCEPTIVOS E COGNITIVOS DA CRIAÇÃO ARTÍSTICA (2005)
MESTRADO: em Artes, do Programa de Pós-graduação em Artes, Instituto de Artes, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
ALUNO: Ronaldo Marin
ORIENTADOR: Ernesto Giovanni Boccara
PALAVRAS-CHAVE: Semiótica, Criatividade, Artes Plásticas, Ciências Cognitivas

RESUMO
"Neste trabalho procuramos demonstrar a existência de uma base fisiológica para a divisão triádica da semiótica estabelecida por Charles Sanders Peirce e que, o reconhecimento dessas bases pode apontar para o estabelecimento de uma teoria semiótica da criatividade. Assim, esta dissertação propõe que a estrutura triádica da semiótica deriva da própria estrutura evolutiva do cérebro humano. Utilizando-se a abordagem primeiramente proposta por Paul MacLean, de que o cérebro humano é produto de um processo evolutivo através do qual são mantidas e aperfeiçoadas suas estruturas básicas fundamentais, o que nos permite dividi-lo em arquiocórtex, paliocórtex e neocórtex, procuramos demonstrar a existência de uma relação direta entre tais estruturas e as categorias universais estabelecidas por Peirce. Sendo assim, são analisadas as possíveis relações entre a Primeiridade, a Secundidade e a Terceiridade com, respectivamente, o que foi denominado por MacLean de cérebro "reptiliano", cérebro "límbico" e cérebro "mamífero superior". Tais relações demonstram que a estrutura triádica encontrada por Peirce, baseado em suas categorias universais, não poderia ser diferente, pois é inerente a um aparato cognitivo de estrutura também triádica: o cérebro humano. Depois de explicitada, a base fisiológica da estrutura triádica da semiótica, tomamo-la como paradigma para a elaboração de nova abordagem para os processos criativos, assumindo que os mesmos decorrem da maior ou menor sensibilidade do indivíduo por uma ou outra categoria de percepção da realidade subjetiva ou objetiva ou mesmo pelo conjunto delas. Para demonstrar tal abordagem, analisamos a obra de alguns artistas a partir desse ponto de vista, estabelecendo assim, subsídios para uma teoria semiótica da criatividade."

BASES FISIOLÓGICAS DA SEMIÓTICA PEIRCEANA - II abstract

DISSERTAÇÃO: AS BASES FISIOLÓGICAS DA ESTRUTURA TRIÁDICA DA SEMIÓTICA: ANÁLISE DOS PROCESSOS PERCEPTIVOS E COGNITIVOS DA CRIAÇÃO ARTÍSTICA (2005)
MESTRADO: em Artes, do Programa de Pós-graduação em Artes, Instituto de Artes, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
ALUNO: Ronaldo Marin
ORIENTADOR: Ernesto Giovanni Boccara
PALAVRAS-CHAVE: Semiótica, Criatividade, Artes Plásticas, Ciências Cognitivas

ABSTRACT
"This work aim to demonstrate that there is a physiologic base for the triadic division of Peircean semiotic and, if we accept this, we can point to the establishment of new semiotic theory for the creativity. This paper come to prop that the semiotic's triadic frame derives from the own human brain's evolutionary structure. Using the approach propose first of all by Paul McLean were the human brain is a product of an evolutionary process that keeps and increase it own fundamentals structure - which permits its approach as arquiocortex, paliocortex and neocortex - we try to demonstrate that its possible a straight relationship between such structures and the Peirce's universal categories. Thus the work brings out the possible relationship of Firstness, Secondness and Thirdness with respectively, what was named by MacLean as reptilian-brain, limbic-brain and high-mammalian-brain. Such relationship shows us that triadic frame founded by Peirce couldn't be different since it is inherent to a cognitive apparatus, which also owns an inner ternary structure: the human-brain. Finally, we use the physiologics bases of the semiotic's triadic frame as a paradigm for a new approach for the creative process, proposing they arose from the minor or mayor sensibility the individual has about one or another categories of reality's perception - that can be objective, subjective or both. For this demonstration we analyze the work of few artists from this point of view, offering thus dates for a semiotic theory of creativity."

sexta-feira, 19 de março de 2010

ESTÉTICA E BIOSSEMIÓTICA - I capa e apresentação

LIVRO: ESTÉTICA E BIOSSEMIÓTICA (2008)
DE: Edgar Roberto Kirchof
ED: EdiPUCRS (Brasil, Porto Alegre: 2008, 304 págs.)
Capa: Marcos Saporiti e Vinícius Xavier
Revisão: Patrícia Aragão e Susana Dantas Guindani
Editoração: Adriana Condessa Ferreira e Luciana Haesbaert Balbueno
Palavras-chave: estética, filosofia, semiótica, biologia

APRESENTAÇÃO, por Winfried Nöth
"Os fundamentos biológicos da estética, da arte, da poesia e da literatura narrativa, a estética biossemiótica e sociobiológica, a estética da semiosfera e da biosfera, a semiótica evolutiva da cultura e a estética das formas da natureza - inclusive das paisagens: tal é o fascinante mundo novo apresentado pelo presente livro, em uma síntese impressionante. Clareza, compreensibilidade e equilíbrio são os traços marcantes dessa síntese. O vanguardismo da temática - para muitos, ainda completamente desconhecida - é explicitado, e sua originalidade, discutida em relação à tradição da estética, desde a Antiguidade. Além disso, as teses, os argumentos e os resultados apresentados também são constantemente confrontados com seus críticos, de modo que o panorama desse novo mundo se revela em toda a sua amplitude e profundidade.
Aquilo que, para alguns, é fascinante devido à novidade e ao vanguardismo, para outros, é contraditório, pois, à luz do dualismo cartesiano - baseado em um oposição radical entre a matéria e o espírito, a natureza e a cultura, a necessidade biofísica e a autonomia da arte -, a ideia de uma estética com base na biologia e nas ciências da natureza deve parecer uma contradição em si. Diante disso, a biossemiótica possui, como objetivo programático, superar o pensamento dualista. Ela supera concepções diádicas na raiz da semiótica, através de um modelo triádico, de acordo com o qual não existe um abismo insuperável entre o significante e o significado. Antes, o signo desempenha um papel de mediação entre o mundo por ele representado e a interpretação realizada na perspectiva do ser humano. A semiótica evolutiva de Charles Sanders Peirce torna-se, portanto, uma chave essencial para ultrapassar a oposição entre a natureza e a cultura, o mundo biofísico da matéria, das plantas e dos animais, de um lado, e o mundo estético ligado à esfera da arte humana, de outro. Nesse contexto, o princípio peirciano do sinequismo é um pedra fundamental dessa nova construção semiocultural, pois permite substituir o pensamento dualista por um pensamento baseado em progressões graduais. Nessa perspectiva, entre o trivial de objetos não-artísticos e o sublime da arte, assim como entre a natureza e a cultura, não existe uma oposição inconciliável. Antes, uma evolui em direção à outra, em passos mínimos, de forma extremamente imperceptível. Tal concepção acerca das fases e das passagens graduais da natureza em direção à arte abre uma perspectiva completamente inédita e permite chegar a novos conhecimentos sobre os rudimentos da estética na natureza, bem como sobre os rudimentos da natureza na arte.
O presente livro é resultado da cooperação científica entre o Brasil e a Alemanha. Ele surgiu devido a uma pesquisa realizada por Edgar Roberto Kirchof no Centro interdisciplinar de estudos culturais da Universidade de Kassel (IAG Kulturforschung), que proporcionou inúmeras outras oportunidades de trabalho em conjunto. Como diretor desse centro e como parceiro de cooperação científica do autor do livro, já há vários anos, é com alegria especial que recomendo, ao público lusófono, a leitura desta publicação inovadora."

ESTÉTICA E BIOSSEMIÓTICA - II sumário

LIVRO: ESTÉTICA E BIOSSEMIÓTICA (2008)
DE: Edgar Roberto Kirchof
ED: EdiPUCRS (Brasil, Porto Alegre: 2008, 304 págs.)
Capa: Marcos Saporiti e Vinícius Xavier
Revisão: Patrícia Aragão e Susana Dantas Guindani
Editoração: Adriana Condessa Ferreira e Luciana Haesbaert Balbueno
Palavras-chave: estética, filosofia, semiótica, biologia

SUMÁRIO
Apresentação, por Winfried Nöth
Introdução

PARTE I - BIOLOGIA
1. ETOLOGIA
1.1 O que é etologia?
1.1.1 Konrad Lorenz
1.1.2 O mecanismo desencadeador inato
1.1.3 Principais críticas contra a etologia
1.2 Estética na etologia animal
1.2.1 Bernhard Rensch
1.2.2 Desmond Morris
1.3 Estética na etologia humana: etoestética
1.3.1 A estética de Konrad Lorenz
1.3.1.1 Beleza: um instinto para perceber harmonias
1.3.1.2 O feio: alarme contra o perigo da domesticação
1.3.1.3 A arte
1.3.2 Irinäus Eibl-Eibesfeldt
1.3.2.1 Pré-programação genética
1.3.2.1.1 Pré-programação genética da percepção
1.3.2.1.2 Pré-programação genética da percepção estética
1.3.2.2 Preconceitos humanos da percepção estética
1.3.2.3 Determinações culturais sobre a percepção estética: o estilo e as artes
1.3.3 Ellen Dissanayake e o maketing special

2. SOCIOBIOLOGIA
2.1 O que é sociobiologia?
2.1.1 Da etologia à sociobiologia
2.1.2 Da sociobiologia à psicologia evolutiva
2.1.3 Edward O. Wilson e a síntese sociobiológica
2.2 O organismo como veículo de genes
2.2.1 A genética determina o comportamento
2.2.2 Como surgiram os genes?
2.2.3 Dos genes aos memas: da natureza à cultura
2.3 Principais críticas contra a sociobiologia
2.3.1 Egoísmo e altruísmo como determinantes genéticos
2.3.1.1 Quem coordena as ações, o gene ou o organismo?
2.3.1.2 Unilateralismo filogenético
2.3.2 Posições unilaterais sobre a cultura
2.3.2.1 Incompatibilidade epistemológica
2.3.2.3 Reducionismo na análise dos fenômenos culturais: o caso da obra de arte
2.4 Estética, arte e literatura na perspectiva sociobiológica
2.4.1 Edward O. Wilson
2.4.2 Richard Dawkins
2.4.3 Estética, arte e literatura
2.4.3.1 As preferências estéticas
2.4.3.1.1 A apreciação da natureza
2.4.3.1.2 A apreciação das formas humanas
2.4.3.2 Biotemática
2.4 Perguntas em busca de respostas

PARTE II - SEMIÓTICA
1. EVOLUÇÃO DOS SIGNOS
1.1 Charles Sanders Peirce
1.1.1 Evolução
1.1.2 Estética e cosmologia
1.1.3 Estética e semiótica
1.2 A biossemiótica
1.2.1 O que é biossemiótica?
1.2.2 Hoffmeyer e a expansão da liberdade semiótica
1.3 A semiótica evolutiva da cultura
1.3.1 Ambigênese: gênese e metagênese
1.3.2 Os níveis evolutivos
1.3.3 Evolução da estética, da arte e da literatura

2. A BIOSFERA
2.1 Alguns conceitos preliminares: arte e estética
2.1.1 Arte ou natureza?
2.1.2 O que é estética afinal?
2.2 A experiência estética como processo biossemiótico
2.2.1 Enxames de enxames
2.2.2 As espécies e seus mundos
2.2.3 A teoria da Umwelt e a complexidade semiótica
2.3 A percepção estética do ser humano
2.3.1 A fisiologia da estética: sensibilidade visceral, tátil, gustativa e olfativa
2.3.2 A visão e a audição
2.3.2.1 Ordem e simetria
2.3.2.2 As categorias estéticas
2.4 Uma conclusão preliminar

3. A SEMIOSFERA
3.1 Semiogênese e estética funcional
3.1.1 A expansão dos signos através da tecnologia
3.1.2 As ferramentas
3.1.3 A função prática e a função estética
3.2 Da semiogênese à glotogênese: mimese e linguagem
3.3 Da iconogêne à midiogênese
3.3.1 O que é arte, afinal?
3.3.2 Arte no paleolítico: emergência da iconogênese
3.3.3 A grafogênese e o surgimento da literatura
3.3.4 A midiogênese e as novas artes
3.4 A arte como representação
3.4.1 Walter A. Koch: uma teoria trimodal
3.4.1.1 Estética
3.4.1.2 Metafísica
3.4.1.3 Estilo
3.5 Os precursores biogenéticos da arte
3.5.1 Precursores da estética, da metafísica e do estilo
3.5.2 Morfologia e desvio
3.5.3 Quatro sistemas semióticos pré-artísticos
3.6 A evolução dos signos: um estudo da Última Ceia
3.6.1 Liberdade, diversidade e complexidade
3.6.2 Do intertexto à intermídia
3.6.3 Leonardo da Vinci: intermidialidade entre a Bíblia e a arte
3.6.4 Andy Warhol: uma Santa Ceia pós-moderna

CONCLUSÃO
Bibliografia
Registro de imagens

ESTÉTICA E BIOSSEMIÓTICA - III orelhas

LIVRO: ESTÉTICA E BIOSSEMIÓTICA (2008)
DE: Edgar Roberto Kirchof
ED: EdiPUCRS (Brasil, Porto Alegre: 2008, 304 págs.)
Capa: Marcos Saporiti e Vinícius Xavier
Revisão: Patrícia Aragão e Susana Dantas Guindani
Editoração: Adriana Condessa Ferreira e Luciana Haesbaert Balbueno
Palavras-chave: estética, filosofia, semiótica, biologia

ORELHAS, por Lúcia Santaella [1]
"Os temas deste livro - os fundamentos biológicos da Estética e as formas ancestrais da arte na natureza - podem parecer contraditórios, uma vez que muitas pessoas ainda consideram válido o dogma segundo o qual arte e cultura são manifestações exclusivas do agir humano. No entanto, o pesquisador - que, juntamente com Peirce e com os fundamentos da já clássica Teoria Evolutiva do Conhecimento, parte dos princípios do sinequismo e da continuidade incondicional da cosmogênese no universo e da filogênese humana - não pode mais desconsiderar os signos que apontam claramente para o fato de que o antropocentrismo cartesiano, inerente às Ciências Humanas tradicionais, é, hoje, um paradigma superado, inclusive no âmbito da Estética.
Edgar Roberto Kirchof expõe, em uma síntese procedente, o novo paradigma da Semiótica Evolutiva da Cultura, focalizando a vertente vanguardista da Bioestética. A partir de um panorama enciclopédico, suscinto embora sempre compreensível, o leitor é introduzido em uma área extremamente atual e, ao mesmo tempo, instigante da pesquisa transdisciplinar em nível internacional, cujos avanços, até o momento, ainda não encontraram grande ressonância em solo brasileiro.
A Bioestética, enquanto um ramo da Biossemiótica (a ciência dos processos semióticos na natureza), não pretende apenas estudar as formas ancestrais da arte já existentes na natureza. Entre seus objetivos, também consta a investigação das raízes da arte na filogênese humana e na natureza sem jamais promover um reducionismo que supostamente explicaria todos os fenômenos culturais a partir de sua origem natural. Na medida em que lida com esses temas, colocando-os à prova a partir de análises ao mesmo tempo detalhadas e convincentes, este livro é capaz de conciliar o abismo que muitos acreditam existir entre "dois mundos": de um lado, o mundo de uma ciência natural como a Biologia; de outro, o universo das Ciências Humanas. A qualidade perspicaz e excitante do texto reside no fato de que as raízes filogenéticas da arte não são buscadas nas chamadas "culturas primitivas", como, por exemplo, nas culturas provenientes da África ou do Amazonas, e sim na arte de Leonardo da Vinci e até - ouça o leitor e se surpreenda! - na de Andy Warhol."

[1] Professora Titular da Pós-graduação em Comunicação e Semiótica da PUC/SP.