quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O TAO DA FÍSICA - I capa e contracapa

LIVRO: O TAO DA FÍSICA, UM PARALELO ENTRE A FÍSICA MODERNA E O MISTICISMO ORIENTAL (1975)
DE: Fritjof Capra
ED: Cultrix (Brasil, São Paulo: 1983, 274 págs.; mais de 1 milhão de exemplares vendidos em todo o mundo)
Título do original: The Tao of Physics, An Exploration of the Parallels Between Modern Physics and Eastern Mysticism
Tradução do inglês: José Fernandes Dias
Revisão técnica: Newton Roberval Eichemberg
Prefácio à edição brasileira: Mário Schenberg

CONTRACAPA
"Este livro analisa as semelhanças - notadas recentemente [1975], mas ainda não discutidas em toda a sua profundidade - entre os conceitos subjacentes à física moderna e as ideias básicas do misticismo oriental. Com base em gráficos e em fotografias, o autor explica de maneira concisa as teorias da física atômica e subatômica, a teoria da relatividade e a astrofísica, de modo a incluir as mais recentes pesquisas [1975], e relata a visão de um mundo que emerge dessas teorias para as tradições místicas do Hinduísmo, do Budismo, do Taoísmo, do Zen e do I Ching.
O autor, que é pesquisador e conferencista experiente, tem o dom notável de explicar os conceitos da física em linguagem acessível aos leigos. Ele transporta o leitor, numa viagem fascinante, ao mundo dos átomos e de seus componentes, obrigando-os quase que se interessar pelo que está lendo. De seu texto, surge o quadro do mundo material não como uma máquina composta de uma infinidade de objetos, mas como um todo harmonioso e "orgânico", cujas partes são determinadas por suas correlações. O universo físico moderno, bem como a mística oriental, estão envolvidos numa contínua dança cósmica, formando um sistema de componentes inseparáveis, correlacionados e em constante movimento, do qual o observador é parte integrante. Tal sistema revela a realidade do mundo da percepção sensorial, que envolve espaços de dimensões mais elevadas e transcende a linguagem corrente e o raciocínio lógico.
Desde que obteve seu doutorado em física, na Universidade de Viena, em 1966, Fritjof Capra vem realizando pesquisas teóricas sobre física de alta energia em várias universidades, como as de Paris, Califórnia, Santa Cruz, Stanford, e no Imperial College, de Londres. Além de seus escritos sobre pesquisa técnica, escreveu vários artigos sobre as relações da física moderna com o misticismo oriental e realizou inúmeras palestras sobre o assunto, na Inglaterra e nos Estados Unidos. Atualmente, leciona na Universidade da Califórnia, em Berkeley.
A presente edição [1983] vem acrescida de um novo capítulo do autor sobre a física subatômica, em reforço às ideias por ele defendidas neste livro."

EDITORA CULTRIX
"Os leitores lerão com muito interesse as claras explanações do Dr. Capra a respeito das ideias básicas que estão por trás das várias formas do misticismo oriental e a respeito dos paradoxos da física moderna que parecem ter sido antecipados pelos paradoxos desse mesmo misticismo. É bem provável que, quando as relações entre ambos forem bem entendidas, terá chegado a hora de consideráveis progressos na compreensão que temos do Universo."
B. D. Josephson, Prêmio Nobel de 1973
Professor de Física na Universidade de Cambridge

O TAO DA FÍSICA - II sumário e figuras

LIVRO: O TAO DA FÍSICA, UM PARALELO ENTRE A FÍSICA MODERNA E O MISTICISMO ORIENTAL (1975)
DE: Fritjof Capra
ED: Cultrix (Brasil, São Paulo: 1983, 274 págs.; mais de 1 milhão de exemplares vendidos em todo o mundo)
Título do original: The Tao of Physics, An Exploration of the Parallels Between Modern Physics and Eastern Mysticism
Tradução do inglês: José Fernandes Dias
Revisão técnica: Newton Roberval Eichemberg
Prefácio à edição brasileira: Mário Schenberg

SUMÁRIO e FIGURAS
Prefácio à Edição Brasileira
Prefácio
Prefácio à Segunda Edição

O CAMINHO DA FÍSICA
1. A FÍSICA MODERNA: UM CAMINHO COM UM CORAÇÃO?
2. CONHECENDO E VENDO
Figura pág.29: Caligrafia - uma maneira oriental de desenvolver o modo meditativo de consciência; "círculo Mente-Lua", por Kyokwan, séc XVIII ou início do XIX
3. ALÉM DA LINGUAGEM
Figura pág.43: Interferência de duas ondas
4. A NOVA FÍSICA
A Física Clássica
Figura pág.51: Água, vapor, gelo
Figura pág.52: Quadro do espectro eletromagnético

A Física Moderna
Figura pág.55: Desenhando um quadrado em um plano e em uma esfera
Figura pág.57: Uma partícula, uma onda
Figura pág.60: Padrões de ondas estacionárias numa corda em vibração
Figura pág.64: Tabela de Mésons e Tabela de Bárions
Figura pág.66: Supermicroscópio
Figura pág.67: Rastos causados por partículas reais em uma câmara de bolhas

O CAMINHO DO MISTICISMO ORIENTAL
5. HINDUÍSMO
Figura pág.75: Auto-realização na experiência do amor sensual: escultura em pedra do templo Chitragupta, em Khajuraho, cerca de 1.000 d.C.
6. BUDISMO
Figura pág.78: A face de Buda, irradiando um estado de calma e uma espiritualidade transcendentais: escultura em pedra, Índia, séc. V d.C.
7. O PENSAMENTO CHINÊS
Figura pág.87: Diagrama apresentando uma disposição simétrica do yin sombrio e do yang claro; a simetria, contudo, não é estática: é rotacional e sugere, de forma eloqüente, um contínuo movimento cíclico
8. O TAOÍSMO
9. ZEN

OS PARALELOS
10. A UNIDADE DE TODAS AS COISAS
Figura pág.106: Modelos visuais de padrões de probabilidade
Figura pág.107: Observação de uma partícula na Física atômica

11. ALÉM DO MUNDO DOS OPOSTOS
Figura pág.114: Unidade dinâmica dos opostos polares
Figuras pág.115: Shiva, Mahesvasa, Elephanta, Índia, séc. XVIII d.C. // Shiva na forma andrógina - metade macho, metade fêmea - simbolizando a unidade dos opostos; templo de Shiva em Elephanta, séc. VIII d.C.
Figura pág.117: Anel "de rosquinha" cortado horizontalmente por um plano, outro exemplo do movimento circular e de sua projeção envolvendo uma transição de duas para três dimensões
Figura pág.118: Uma partícula, uma onda
Figura pág.119: Direção da onda, uma onda de água
Figura pág.121: Um padrão de onda
Figura pág.122: Um pacote de ondas correspondendo a uma partícula localizada na região X
Figura pág.124: O escudo de armas de Niels Bohr; do livro
Niels Bohr, edição comemorativa, organizado por S. Rozenthal (North-Holland Publishing Company, Amsterdã, 1967)
12. ESPAÇO-TEMPO
Figura pág.128: Dois observadores, A e B, observando um guarda-chuva
Figuras pág.136: traçando um "segmento de reta" num plano e numa esfera // Numa esfera, um triângulo pode ter três ângulos retos // Desenhando um círculo em uma esfera
Figura pág.140: Linhas de universo de partículas
Figuras pág.141: Espalhamento elétron-fóton em gráfico espaço-tempo // Espalhamento elétron-fóton
Figuras pág.142: Espalhamento pósitron-fóton // Dois diagramas semelhantes representando duas interpretações matematicamente idênticas: a mesma expressão descreve uma antipartícula que se move do passado para o futuro ou uma partícula que se mova do futuro para o passado
Figura pág.143: Processo de espalhamento envolvendo fótons, elétrons e um pósitron

13. O UNIVERSO DINÂMICO
Figura pág.148: Diagrama da Mudança, do Cânone Taoísta, Dinastia Sung setentrional
Figuras pág.149: Um pacote de ondas // Comprimindo o pacote de ondas numa região menor
Figura pág.151: Três momentos da expansão da superfície de um balão com um grande número de pontos. O balão representa o Universo, sua superfície curva bidimensional representa o espaço curvo tridimensional e os pontos da superfície representam as galáxias nesse espaço.
Figuras pág.155: Fórmula de Einstein que afirma que a massa de todas as coisas nada mais é do que uma forma de energia... E=mc2 // Fotografia de partículas em colisão: próton e elétron

14. VAZIO E FORMA
Figura pág.164: Repulsão mútua de dois elétrons por intermédio da troca de um fóton
Figura pág.165: Diagrama de um fóton sendo criado pelo 'processo de emissão' em um ponto A e sendo absorvido em um ponto B. Este processo de emissão só pode ser concebido em uma teoria relativística, onde as partículas não são vistas como objetos indestrutíveis, mas sim como padrões dinâmicos, envolvendo uma determinada quantidade de energia, que pode ser redistribuída ao se formarem novos padrões.
Figura pág.167: Um nêutron (n) emitindo e reabsorvendo um píon
Figura pág.169: Um diagrama de vácuo.

15. A DANÇA CÓSMICA
Figura pág.172: Tabela das partículas estáveis e e de vida relativamente longa.
Figuras pág.175: A primeira figura ilustra uma intrincada sequência de colisão e decaimentos de partículas: um píon negativo (
\scriptstyle{\pi}), vindo da esquerda, colide com um próton - isto é, com o núcleo de um átomo de hidrogênio -, 'sentado' na câmara de bolhas; ambas as partículas são aniquiladas e um nêutron (n) mais dois káons (K- e K+) são criados: o nêutron foge sem deixar traço; o K- colide com outro próton na câmara; as duas partículas aniquilam-se mutuamente e criam um lâmbda (λ) e um fóton (y). Nenhuma dessas duas partículas neutras é visível, mas o λ (lâmbda) decai, após um curtíssimo período de tempo, num próton (p) e num \scriptstyle{\pi}-; ambos produzem traços. A curta distância entre a criação do λ (lâmbda) e seu dacaimento pode ser claramente visualizada na segunda figura. O K-, finalmente, quer fora criado na colisão inicial, desloca-se por algum tempo antes de dacir em três píons.
Figuras pág.176: Uma sequência de eventos envolvendo duas criações de pares: um K- desintegra-se num \scriptstyle{\pi}- e em dois fótons (y), cada um dos quais, por sua vez, cria um par elétron-pósitron, os pósitrons (e+) curvando-se para a direita e os elétrons (e-) para a esquerda.
Figuras pág.177: Criação de oito píons numa colisão entre um antipróton (p-) e um próton ('sentado' na câmara de bolhas): veja figura anterior.
Figuras pág.178: Criação de dezesseis partículas numa colisão píon-próton. // Uma chuva de aproximadamente 100 partículas produzida por um raio cósmico que atingiu uma câmara de bolhas acidentalmente. As trajetórias aproximadamente horizontais na figura pertencem às partículas provenientes do acelerador.
Figuras pág.179: Diagrama espaço-temporal da criação de dois prótons (píons
\scriptstyle{\pi}+ e \scriptstyle{\pi}-) pela colisão entre um próton (p) e um antipróton (p-), que aniquilam-se mutuamente. Porém, este diagrama não fornece a representação integral do evento.// Diagrama do mesmo evento, a interação entre próton e antipróton, pela representação da troca de um nêutron virtual. // Figura que representa a criação de quatro píons pela colisão próton-antipróton.
Figuras pág.180: Diagrama de Feynman.
Figuras pág.181: Diagrama de Feynman mostrando um próton emitindo e reabsorvendo píons virtuais. // Criação de um par virtual nêutron-antipróton.
Figura pág.182: Uma rede de interações virtuais; desenho extraído da obra de Ford.
Figura pág. 184: Shiva Nataraja, bronze bramânico, Índia do Sul, séc. XII.
16. SIMETRIAS QUARK: UM NOVO KOAN?
Figuras pág.188: Simetria por reflexão, através de apenas um eixo de reflexão, caso mais comum; diz-se que uma figura é simétrica quando se pode traçar uma linha através dela, dividindo-a em duas partes que são imagens de espelho exatas uma da outra. // Simetria por reflexão através de mais de um eixo de reflexão, grau superior; padrões que permitem que sejam traçadas mais de uma linha de simetria; exemplo de uma figura do simbolismo budista.
Figura pág.189: Mas a simetria por reflexão não é a única operação associada à simetria. Existe também a simetria por rotação. Diz-se que uma figura é simétrica se parece a mesma após sofrer uma rotação de um dado ângulo. A forma do diagrama chinês do yin-yang, por exemplo, baseia-se nessa simetria de rotação.
Figura pág.190: Octeto de mésons.
Figuras pág.191: Octeto de bárions. Declupeto de bárions.

17. PADRÕES DE MUDANÇA
Figuras pág.196: Diagrama típico da teoria da matriz S que ilustra a colisão de duas partículas, A e B, da qual emergem como duas partículas diferentes, C e D. // Também da teoria da matriz S, três diagramas de processos mais complicados, que envolvem um número maior de partículas. // Comparados aos diagramas de Feynman, que especificam os mecanismos das reações, representando-as no espeço-tempo, os diagramas da teoria da matriz S não representam com detalhe os mecanismos das reações, indicando apenas as partículas iniciais e finais. Este mecanismo da reação, ao invés de ser detalhado, é simplificado no desenho de um círculo, sem espeficificar o que se passa dentro dele. // Muito diferente na teoria de campo, o diagrama de Feynman representa o processo padrão A+B = C+D como a troca de uma partícula virtual V.
Figuras pág.198: Diagrama (matriz S) de um mesmo nêutron participando em duas reações sucessivas envolvendo partículas diferentes.
Figura pág.199: Diagrama (matriz S) de um hadríon ou rede de eventos.
Figura pág.200: Uma rede de reações envolvendo prótons, antiprótons, um par de lâmbda-antilâmbda e diversos píons.
Figura pág.201: Diagrama (matriz S) mostrando uma interação entre um próton e um píon-negativo, na qual um nêutron é formado inicialmente pelos dois hadríons, a seguir por um único hadríon e, finalmente, pelo par inicial de hadríons.
Figura pág.202: Diagrama (matriz S) representando a interação entre um próton e um píon-negativo.
Figuras pág.203: Diagrama (matriz S) representando dois aspectos diferentes, ou "canais", de uma mesma reaçõa. // Diagrama representando como os físicos lêem.
Figura pág.204: Diagramas (matriz S) representando o píon intermediário no canal cruzado.
Figura pág.208: Distribuição de oito trigramas, representando todas as situações cósmicas e humana; sobre uma pastilha de tinta octogonal, por Ch'eng Chung-fang, séc. XVII.
Figuras pág.209: Linha inteira ou linha partida, as configurações básicas utilizadas no sistema de hexagramas do I Ching aparecem aqui combinandas em pares. // Acrescentando-se uma terceira linha a cada um desses pares, são gerados oito 'trigramas'. // Diagrama associativo dos oito trigramas com os pontos cardeais e com as estações do ano.
Figuras pág.210: Dois arranjos regulares dos 64 hexagramas. // Um exemplo: o Incitar, o Receptivo, o Entusiasmo. // Outro exemplo: o Aderir, o Receptivo e o Progresso.
Figura pág.212: I Ching - Oito trigramas que sempre se acham em um estado de contínua transição, passando de um a outro, assim como uma transição sempre está ocorrendo, no mundo físico, de um fenômeno a outro. Aqui se tem o conceito fundamental do Livro das Mutações. Os oito trigramas são símbolos que representam mutáveis estados de transição; são imagens que estão em constante mutação. Focalizam-se não as coisas, em seus estados de ser - como acontece no Ocidente -, mas os seus movimentos de mutação. Os oito trigramas do I Ching, portanto, não são representações das coisas enquanto tais, mas de suas tendências de movimento.
18. INTERPENETRAÇÃO

EPÍLOGO
A NOVA FÍSICA REVISITADA - PÓSFÁCIO À SEGUNDA EDIÇÃO
O FUTURO DA NOVA FÍSICA
BIBLIOGRAFIA
ÍNDICE ANALÍTICO

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Seminário BIOSSEMIÓTICA e SEMIÓTICA COGNITIVA

Seminário Avançado de Comunicação e Semiótica
BIOSSEMIÓTICA E SEMIÓTICA COGNITIVA

19, 20 e 21 de agosto de 1998, das 9hs às 17hs
ITAÚ CULTURAL Avenida Paulista 149, São Paulo (SP)

APRESENTAÇÃO por Lucia Santaella (Coordenadora Geral do Evento)
Fundamentos Biocognitivos da Comunicação: Estruturas Organizadas, Funções e Redes

"Nas palavras de Joèl de Rosnay (1997: 29), estamos vivendo neste final de século um verdadeiro choque do futuro resultante sobretudo dos avanços das ciências físicas e biológicas. Enquanto a física e a eletrônica levaram ao desenvolvimento da informática e das técnicas de comunicação, a biologia levou à biotecnologia e à bioindústria. Estamos, sem dúvida, entrando numa revolução da informação e da comunicação sem precedentes que está desafiando nossos métodos tradicionais de análise e de ação.

No cerne dessas transformações, os computadores e as redes de comunicação passam por uma evolução acelerada, catalisada pela multimídia, hipermídia, a digitalização e a compressão dos dados. Alimentada com tais progressos, a internet, rede mundial das redes interconectadas, explode de maneira espontânea, caótica, superabundante. Nesse mesmo ambiente técnico e científico, emergem setores inquietantes, tais como a realidade virtual e a vida artificial.

Cérebros humanos, computadores e redes interconectadas de comunicação ampliam, a cada dia, um ciberespaço mundial no qual todo elemento de informação encontra-se em contato virtual com todos e com cada um, tudo isso convergindo para "a constituição de um novo meio de comunicação, de pensamento e de trabalho para as sociedades humanas", enfim, de uma nova antropologia própria do ciberespaço (Lévy 1998: 12).

Segundo Lévy (ibid.: 13), a fusão das telecomunicações, da informática, da imprensa, da edição, da televisão, do cinema, dos jogos eletrônicos em uma indústria unificada da multimídia é o aspecto da revolução digital que tem sido mais enfatizado. Entretanto, esse não é o aspecto mais importante. A par dos aspectos civilizatórios, tais como novas estruturas de comunicação, de regulação e de cooperação, linguagens e técnicas intelectuais inéditas, modificação das relações de espaço e tempo etc., o mais importante está no fato de que a forma e o conteúdo do ciberespaço ainda estão especialmente indeterminados. Diante disso, não se trata mais de raciocinar em termos de impacto (qual o impacto das infovias na vida econômica, política, cultural, científica?), mas em termos de projetos.

A proposta que aqui se segue, de organização de um seminário avançado de comunicação e semiótica, insere-se dentro dessa perspectiva: diante das imensas transformações de que somos participantes, estamos buscando raciocinar através de projetos.

Em vez de propor um evento de massa, tendo em vista uma apresentação panorâmica e necessariamente superficial de algumas questões candentes no contexto da nova realidade digital, optamos por organizar um evento de pequeno porte destinado a pesquisadores, professores e estudantes avançados de comunicação e semiótica que queiram se dedicar ao estudo e debate aprofundados de alguns tópicos específicos e especializados da revolução bio-cibernética.

O foco desses tópicos especializados está na noção das redes de comunicação. Trata-se, sem dúvida, de uma noção que não se faz entender à luz de uma visão estritamente tecnológica. O funcionamento das redes de comunicação apresenta semelhanças, por exemplo, no comportamento do sistema nervoso, do sistema imunológico, nas simulações computacionais e nas redes de telecomunicação. A compreensão desse funcionamento conclama, pois, a interface e cooperação de algumas disciplinas, tais como as ciências cognitivas, as ciências da informação, inteligência artificial e a biologia que, a despeito da especificidade de cada uma, estão lidando com questões que são, antes de tudo, questões comunicacionais. A ciência da comunicação tem, portanto, muito para dar e receber nessa convergência.

O projeto aqui proposto enquadra-se naquilo que Lucien Sfez (1994: 11) caracteriza como o núcleo epistemológico da comunicação "que reúne em torno de pontos comuns grande diversidade de saberes: biologia, psicanálise, mass media studies, instituições, direito, ciência das organizações, inteligência artificial, filosofia analítica etc". Esses conceitos comuns às ciências da comunicação parecem dever constituir pouco a pouco os elementos de uma forma simbólica em gestação.

Trabalhando justamente em prol da gestação dessa forma simbólica, propomos este seminário avançado para o debate das estruturas organizadas, funções e redes como estando nas bases dos sistemas vitais na origem dos sistemas vivos assim como na emergência de uma rede planetária de comunicação."

terça-feira, 12 de agosto de 2008

SEMIÓTICA, SISTEMAS E SINAIS - I resumo

TESE: "SEMIÓTICA, SISTEMAS E SINAIS" (1994)
DOUTORADO: em Comunicação e Semiótica, do Programa de Estudos Pós Graduados em Comunicação e Semiótica - COS, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP
ALUNO: Jorge de Albuquerque Vieira
ORIENTADORA: Prof. Dra. Maria Lúcia Santaella Braga

RESUMO
Esta Tese consiste no estudo semiótico de sinais de natureza científica quanto ao registro, redução e interpretação dos mesmos. Os sinais são registrados na forma de Séries Temporais, aqui consideradas como cadeias sígnicas. Em sua análise são empregadas técnicas da Lingüística Matemática e Linguagens Formais, no domínio da Teoria da Informação.
A introdução da Teoria Geral de Sistemas como referencial ontológico permite a elaboração de signos complexos para exprimir tais sinais como sistemas organizados e constituintes de uma hierarquia em estocasticidade - os signos desenvolvidos são espaços de estados defasados, permitindo uma geometrização de gramaticalidade.
As conseqüências ontológicas, epistemológicas e metodológicas são também discutidas, principalmente no âmbito do sistema filosófico de Charles Sanders Peirce. É proposta uma generalização do conceito peirceano de Semiose, de forma a conter processos em sistemas não-vivos, e é discutido ainda o seu papel na evolução da espécie humana como elaboradora de Complexidade.

SEMIÓTICA, SISTEMAS E SINAIS - II índice

TESE: "SEMIÓTICA, SISTEMAS E SINAIS" (1994)
DOUTORADO: em Comunicação e Semiótica, do Programa de Estudos Pós Graduados em Comunicação e Semiótica - COS, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP
ALUNO: Jorge de Albuquerque Vieira
ORIENTADORA: Prof. Dra. Maria Lúcia Santaella Braga

ÍNDICE
Resumo
Introdução
CAPÍTULO 1 - RELATIVISMO, PERSPECTIVISMO E FENOMENALISMO
CAPÍTULO 2 - FENÔMENO, SINAL E CÓDIGO
2.1 - Observação, Fato e Dado
2.2 - Sistemas, Estado e Processo
2.3 - Esquema Funcional e Espaço de Estados
CAPÍTULO 3 - INFORMAÇÃO, SINAL E CÓDIGO
3.1 - Sistemas de Informação
3.2 - Função de Transferência, Função de Resolução e Ruído
3.3 - Processos Estocásticos e Ergodicidade
CAPÍTULO 4 - LINGUAGENS NATURAIS E A LINGÜÍSTICA MATEMÁTICA
4.1 - Linguagens Naturais e a Teoria da Informação
4.2 - Linguagens Naturais e a Lingüística Algébrica
***4.2.1 - O enfoque gerativo
***4.2.2 - O enfoque analítico
***4.2.3 - Inatismo, construtivismo e sistemismo
CAPÍTULO 5 - APLICAÇÃO DA LINGÜÍSTICA MATEMÁTICA EM SINAIS CODIFICADOS
5.1 - Tipos de Registros e a Análise Clássica de Sinais
5.2 - Tipos de Codificação e a Geração de Textos
***5.2.1 - A série temporal original como texto
***5.2.2 - Codificação por aspectos puramente temporais
***5.2.3 - Codificação em forma
***5.2.4 - Correlação, contextos e redundâncias
CAPÍTULO 6 - ESPAÇOS DE ESTADO E O TEOREMA DE PACKARD
6.1 - Séries Temporais e Modelos
6.2 - O Teorema de Packard
6.3 - Espaços de Correlações, de Espalhamentos, de Relações e de Contextos
6.4 - Memória Sistêmica e Parâmetros Sistêmicos
CAPÍTULO 7 - NATUREZA DO PSEUDO-ESPAÇO DE ESTADOS
7.1 - Dependência Legaliforme, Sintaxe e Semântica
7.2 - Aspectos Geométricos e Topológicos
7.3 - A 'Diagonal' de Correlação
7.4 - Integralidade e Redundância: Pontos e Órbitas
7.5 - Mapas e Atlas
7.6 - Alguns Aspectos de Sistemas Dinâmicos
CAPÍTULO 8 - DA APLICAÇÃO DOS PARÂMETROS SISTÊMICOS
8.1 - Introdução
8.2 - Discussão dos Parâmetros
CAPÍTULO 9 - ESPAÇOS DE ESTADOS PARA SÉRIES TEMPORAIS SELECIONADAS
9.1 - Séries Escolhidas
9.2 - A Estrela Variável Cygni
9.3 - A Série do Número de Wolf
9.4 - Séries de Números Aleatórios
CAPÍTULO 10 - A QUANTIFICAÇÃO DA INTEGRALIDADE
10.1 - Critérios de Integralidade
10.2 - Construção da Função Integralidade
CAPÍTULO 11 - APLICAÇÃO À "BURSTS" SOLARES
11.1 - "Bursts" Solares
11.2 - O Algorítmo de Black
11.3 - Pseudo-Espaços de Estados para os "Bursts"
11.4 - Organização nos "Bursts" Solares
CAPÍTULO 12 - SEMIOSE, REALISMO E IDEALISMO
12.1 - Introdução
12.2 - Semiose e Realidade
12.3 - "Umwelt", Perspectivismo e Ficcionalismo
12.4 - Evolução e Coerência
CAPÍTULO 13 - SEMIOSE E PESQUISA CIENTÍFICA
13.1 - Introdução
13.2 - Semiótica, Ciência e Método
13.3 - Linguagem e Realidade
13.4 - Ciência e a Construção de Signos
13.5 - Observação, Semântica e Coerência
CAPÍTULO 14 - CONCLUSÕES
Bibliografia
Apêndice A - Sistema, mapeamento e isomorfismo
Apêndice B - Figuras
Apêndice C - Tabelas