sábado, 31 de julho de 2010

INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO COMPLEXO - II orelhas

LIVRO: INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO COMPLEXO (2005)
DE: Edgar Morin
ED: Sulina (Brasil, Porto Alegre: 2007, 120 págs., 3a. edição)
Título original: Introduction à la pensée complexe
Tradução do francês: Eliane Lisboa
Capa: Eduardo Miotto
Projeto gráfico e editoração: Daniel Ferreira da Silva
Revisão: Álvaro Larangeira
Editor: Luis Gomes

ORELHAS, por Juremir Machado da Silva

"A obra de
Edgar Morin tem muitas facetas e está dividida em várias partes. No melhor estilo daquele que escreve, trata-se de um holograma: o todo está na parte que está no todo. Inúmeras são as janelas e portas que dão acesso a essa leitura do mundo feita de tantos nós e de tantos links. Tudo se interliga. Nada pode ser descartado em análise minuciosa. Existe a grande reflexão englobada nos seis volumes de O Método. Mas há também os textos de investigação sobre a antropologia, a política e a cultura de massa. Não bastasse isso, Morin investiu também na apresentação das suas ideias de maneira didática, num colossal esforço de clareza para o público mais amplo. É o caso de Introdução ao Pensamento Complexo. Não se trata, contudo, de uma simplificação nem de um empobrecimento, mas de uma forma específica de apresentação de ideias. Paradoxalmente, daria para garantir que, neste texto de ampliação do horizonte de leitores, Morin realiza uma operação complementar e antagônica: produz a essência do seu pensamento, um concentrado altamente exigente e preciso das suas teorias, e, ao mesmo tempo, apresenta um texto de uma simplicidade cristalina e de grande potencial de comunicação.
Este livro permite a qualquer um compreender os fundamentos do pensamento complexo. Em primeiro lugar, elimina ilusões e mal-entendidos. A complexidade não é uma receita de bolo nem a fórmula mágica para decifrar fenônemos até agora resistentes aos esforços científicos. Depois, trata de mostrar a necessidade e a validade da defesa de uma interpretação complexa do
existente. Edgar Morin não tenta inventar mais um sistema filosófico abstrato, fechado e coerente por não se referir ao vivido. Ao contrário, busca pensar o que todos vivem, desde a interação entre cultura e natureza até os desvãos do imaginário, do sonho, da utopia e da poesia. Conceitos, definições, hipóteses, terminologia e principais referências de um pensamento denso e trabalhado durante décadas aparecem nesta obra com uma transparência de dar inveja a muitos escritos. A mensagem flui como uma história contada sem arrogância, mas com muita sabedoria e reflexão. O leitor sente o homem pensando, amadurecendo as ideias, dialogando com o passado, o presente e o futuro. Sem nenhuma dúvida, este é o livro para aqueles que sentem vontade de fugir do reducionismo e temem os delírios dos filósofos encerrados na adoração da palavra e do conceito. Mais uma vez, Edgar Morin prova que pensamento e clareza podem andar de mãos dadas sem prejuízo do conteúdo nem da forma."

INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO COMPLEXO - III sumário

LIVRO: INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO COMPLEXO (2005)
DE: Edgar Morin
ED: Sulina (Brasil, Porto Alegre: 2007, 120 págs., 3a. edição)
Título original: Introduction à la pensée complexe
Tradução do francês: Eliane Lisboa
Capa: Eduardo Miotto
Projeto gráfico e editoração: Daniel Ferreira da Silva
Revisão: Álvaro Larangeira
Editor: Luis Gomes

SUMÁRIO
Prefácio

1. A INTELIGÊNCIA CEGA

A tomada de consciência
O problema da organização do conhecimento
A patologia do saber, a inteligência cega
A necessidade do pensamento complexo

2. O DESENHO E A INTENÇÃO COMPLEXOS, O ESBOÇO E O PROJETO COMPLEXOS
A Indo-américa
A teoria sistêmica
O sistema aberto
Informação / Organização
A organização
A auto-organização
A complexidade
O sujeito e o objeto
Coerência e abertura epistemológica
Scienza nuova
Pela unidade da ciência
A integração das realidades banidas pela ciência clássica
A superação das alternativas clássicas
A virada paradigmática


3. O PARADIGMA COMPLEXO
O paradigma simplificador
Ordem e desordem no universo
Auto-organização
Autonomia
Complexidade e completude
Razão, racionalidade, racionalização
Necessidade dos macroconceitos
Três princípios
O todo está na parte que está no todo
Rumo à
complexidade

4. A
COMPLEXIDADE E A AÇÃO
A ação é também um desafio
A ação escapa às nossas intenções
A máquina não trivial
Preparar-se para o inesperado

5. A
COMPLEXIDADE E A EMPRESA
Três causalidades
Da
auto-organização à auto-eco-organização
Viver e lidar com a desordem
A estratégia, o programa, a organização
Relações complementares e antagônicas
Precisa-se de verdadeiras solidariedades


6. EPISTEMOLOGIA DA
COMPLEXIDADE
Os mal-entendidos
Falar da ciência
Abordagens da complexidade
O desenvolvimento da ciência
Ruído e
informação
Informação e conhecimento
Paradigma e ideologia
Ciência e filosofia
Ciência e sociedade
Ciência e psicologia
Competências e limites
Um autor não oculto
A migração dos conceitos
A razão

sábado, 26 de junho de 2010

ARTE E PERCEPÇÃO VISUAL - I capa e contracapa

LIVRO: ARTE E PERCEPÇÃO VISUAL - UMA PSICOLOGIA DA VISÃO CRIADORA (1954)
DE: Rudolf Arnheim
ED: Livraria Pioneira (Brasil, São Paulo: 1989, 506 págs.; 5a. edição, nova versão)
Coleção: Arte, Arquitetura, Urbanismo
Título do original: Art an Visual Perception. The New Version
Tradução do inglês: Ivonne Terezinha de Faria
Supervisão editorial: Vicente di Grado
Participação de: Emiko Sooma
Capa: Jairo Porfírio

CONTRACAPA
"É um livro de primeiríssima importância, e inúmeros aspectos da psicologia da arte recebem, pela primeira vez, um tratamento psicológico. Terá certamente uma ampla influência e mesmo os artistas deverão tirar proveito de sua leitura." Por Sir Herbert Head

"Desde a publicação da 1a. edição [1954] nos Estados Unidos, esta obra consagrou-se como um 'clássico' e continua, única na bibliografia universal.
A 2a. edição [norte-]americana é, em grande parte, nova, não apenas no fraseado mas, também no conteúdo, produto de vinte anos de preocupação ativa com o assunto - levando à supressão do superficial para aumento do essencial.
As edições desta obra têm merecido as mais elogiosas refências da crítica e a mais ampla recomendação nos meios universitários, não só pela excelente tradução e padrão gráfico, mas, também, por sua fidelidade ao original - reproduzindo todas as 280 ilustrações, notas, bibliografia e índice remissivo. O que se tornou possível graças ao precioso aval e à colaboração na 1a. edição da Editora da Universidade de São Paulo - EDUSP.
Arnheim aplica os princípios e as novas interpretações da Psicologia moderna ao estudo da Arte, descreve o processo visual que se desenvolve quando as pessoas criam - ou observam - obras nos diferentes campos das
Artes e explica como a visão organiza o universo visual de conformidade com definidas leis psicológicas. Longe de ser um registro mecânico de elementos sensórios, a visão prova ser uma apreensão verdadeiramente criadora da realidade - imaginativa, inventiva, perspicaz e bela.
A boa teoria da Arte deve cheirar a estúdio, embora sua linguagem deva diferir da conversa coloquial dos pintores e escultores.
Arte e Percepção Visual é um dos mais importantes lançamentos de todos os tempos na bibliografia nacional no campo da Arte - obra de leitura e referência indispensável para profissionais e estudantes de todas as matérias ligadas às Artes em geral e à Psicologia."

ARTE E PERCEPÇÃO VISUAL - II índice





LIVRO: ARTE E PERCEPÇÃO VISUAL - UMA PSICOLOGIA DA VISÃO CRIADORA (1954)
DE: Rudolf Arnheim
ED: Livraria Pioneira (Brasil, São Paulo: 1989, 506 págs.; 5a. edição, nova versão)
Coleção: Arte, Arquitetura, Urbanismo
Título do original: Art an Visual Perception. The New Version
Tradução do inglês: Ivonne Terezinha de Faria
Supervisão editorial: Vicente di Grado
Participação de: Emiko Sooma
Capa: Jairo Porfírio

ÍNDICE
Prefácio à nova versão
Introdução
1. EQUILÍBRIO
A estrutura oculta de um quadrado - Que são forças perceptivas? - Dois discos num quadrado - Equilíbrio psicológico e equilíbrio físico - Por que equilíbrio? - Peso - Direção - Padrões de equilíbrio - Alto e baixo - Direita e esquerda - O equilíbrio e a mente humana - Madame Cézanne numa cadeira amarela
2. CONFIGURAÇÃO
A visão como exploração ativa - Captação do essencial - Conceitos perceptivos - O que é configuração? - A influência do passado - Ver a configuração - Simplicidade - Simplificação demonstrada - Nivelamento e aguçamento - Um todo se mantém - Subdivisão - Por que os olhos com frequência dizem a verdade? - Subdivisão nas artes - O que é uma parte? - semelhança e diferença - Exemplos tomadas da arte - O esqueleto estrutural
3. FORMA
Orientação no espaço - Projeções - Qual é o melhor aspecto? - O método egípcio - O escorço - Sobreposição - Qual é a vantagem da sobreposição? - Interação entre o plano e a profundidade - Aspectos competitivos - Realismo e realidade - O que é que tem aparência de realidade? - A forma como invenção - Níveis de abstração - La Source - Informação visual
4. DESENVOLVIMENTO
Por que as crianças desenham assim? - A teoria intelectualista - Elas desenham o que vêem - Conceitos representativos - O desenho como movimento - O círculo primordial - A lei da diferenciação - Vertical e horizontal - Obliquidade - A fusão de partes - Tamanho - Os erroneamente chamados 'girinos' - Tradução para duas dimensões - Consequências educacionais - O nascimento da forma na escultura - Hastes e placas - O cubo e a esfera
5. ESPAÇO
Linha e contorno - Rivalidade de contorno - Figura e fundo - Níveis de profundidade - Aplicação na pintura - Molduras e janelas - Concavidade na escultura - Por que se vê profundidade? - Profundidade por sobreposição - Transparência - As deformações criam espaço - Caixas em três dimensões - Ajuda do espaço físico - Simples ao invés de verdadeiro - Os gradientes criam profundidade - No sentido de uma convergência de espaço - As duas raízes da perspectiva central - Não uma projeção fiel [?] - Espaço piramidal - O simbolismo de um mundo focalizado - Centralidade e infinito - Jogando com as regras
6. LUZ
A expriência da luz - Claridade relativa - Iluminação - A luz cria espaço - Sombras - Pintura sem iluminação - O simbolismo da luz
7. COR
Da luz à cor - Configuração e cor - Como as cores acontecem - As primárias geradoras - Adição e subtração - Complementares geradoras - Um meio instável - A busca da harmonia - Os elementos da escala - Sintaxe das combinações - As complementares fundamentais - Interação da cor - Matisse e El Greco - Reação à cor - Cor quente e cor fria
8. MOVIMENTO
Acontecimento e tempo - Simultaneidade [presente?] e sequência [passado e futuro?] - Quando vemos o movimento? - Direção - As revelações da velocidade - Movimento estroboscópico - Alguns problemas de montagem de filmes - Forças motoras visíveis - Uma escala de complexidade - O corpo como instrumento - A imagem corporal cinestésica
9. DINÂMICA
A simplicidade não é o suficiente - A dinâmica e suas interpretações tradicionais - Um diagrama de forças - Experimentos sobre tensão dirigida - Movimento imóvel - A dinâmica da obliquidade - A tensão na deformação - Composição dinâmica - Efeitos estroboscópicos - Como ocorre a dinâmica? - Exemplos tomados da arte
10. EXPRESSÃO
Teorias tradicionais - Expressão inserida na estrutura - A prioridade da expressão - Simbolismo na arte - Notas
BIBLIOGRAFIA
ÍNDICE REMISSIVO

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A TEIA DA VIDA - I capa e contracapa

LIVRO: "A TEIA DA VIDA - UMA NOVA COMPREENSÃO CIENTÍFICA DOS SISTEMAS VIVOS" (1996)
DE: Fritjof Capra
ED: Amana-Key e Cultrix (Brasil, São Paulo: 2004, 256 pág.)
Título original: The Web of Life - A New Scientific Understanding of Living Systems
Tradução do inglês: Newton Roberval Eichemberg
Design da capa: Katia Di Clemente
*
CONTRACAPA
"A Teia da Vida é um livro de excepcional relevância para todos nós - independentemente de nossa atual atividade. Sua maior contribuição está no desafio que ele nos coloca na busca de uma compreensão maior da realidade em que vivemos. É um livro provocativo que nos desancora do fragmentário e do 'mecânico'. É um livro que nos impele adiante, em busca de novos níveis de consciência, e assim nos ajuda a enxergar, com mais clareza, o extraordinário potencial e o propósito da vida. E também a admitir a inexorabilidade de certos processos da vida, convivendo lado a lado com as infinitas possibilidades disponíveis, as quais encontram-se sempre à mercê de nossa competência em acessá-las.
Esta obra de Capra representa um outro tipo de desafio para todos nós. Ela exige uma grande abertura de nossa parte. Uma abertura que só é possível quando abrimos mão de nossos arcabouços atuais de pensamento, nossas premissas, nossa teorias, nossa forma de ver a própria realidade, e nos dispomos a considerar uma outra forma de entender o mundo e a própria vida. O desafio maior está em mudar a nossa maneira de pensar...
Não é uma tarefa fácil. Não será algo rápido para muitos de nós. Mas se pensarmos bem, existe desafio maior do que entender como funcionamos e como a vida funciona?
Na verdade, Capra está numa longa jornada em busca das grandes verdades da vida. Ele humildemente se coloca 'em transição', num estado permanente de busca, de descoberta, sempre procurando aprender, desaprender e reaprender.
Este livro é um grande convite para fazermos, juntos, essa jornada.
Uma jornada de vida."
Por: Oscar Motomura (do prefácio à edição brasileira)
*
"Uma nova linguagem para entendimento dos sistemas complexos que estão na base da vida está emergindo. Diferentes cientistas atribuem nomes diferentes a ela - "teoria dos sistemas dinâmicos", "teoria da complexidade", "dinâmica não-linear", "dinâmica das redes" etc. Atratores caóticos, fractais, estruturas dissipativas, auto-organização e redes "autopoiéticas" são alguns de seus conceitos-chave. Esta nova abordagem [sistêmica] de compreensão da vida está sendo desenvolvida por pessoas extraordinárias no mundo todo e várias de suas descobertas, publicadas em papers técnicos e livros, têm sido consideradas revolucionárias.
Até hoje, porém, ninguém chegou a propor uma síntese desse todo, integrando as novas descobertas num só contexto, visando a permitir que leitores não especializados possam entendê-las de um modo coerente.
Este é o desafio e a promessa de A Teia da Vida."

A TEIA DA VIDA - II sumário, figuras e quadros

LIVRO: "A TEIA DA VIDA - UMA NOVA COMPREENSÃO CIENTÍFICA DOS SISTEMAS VIVOS" (1996)
DE: Fritjof Capra
ED: Amana-Key e Cultrix (Brasil, São Paulo: 2004, 256 pág.)
Título original: The Web of Life - A New Scientific Understanding of Living Systems
Tradução do inglês: Newton Roberval Eichemberg
Design da capa: Katia Di Clemente
*
SUMÁRIO, FIGURAS e QUADROS
Prefácio à edição brasileira
Prefácio

PARTE UM / O CONTEXTO CULTURAL
CAPÍTULO 1 Ecologia Profunda - Um Novo Paradigma
Crise de percepção
A mudança de paradigma
Ecologia profunda
Ecologia social e ecofeminismo
Novos valores
***quadro-sinóptico: pensamento x valores
Ética
Mudança da física para as ciências da vida

PARTE DOIS / A ASCENSÃO DO PENSAMENTO SISTÊMICO
CAPÍTULO 2 Das Partes para o Todo
Substância e forma
Mecanicismo cartesiano
O movimento romântico
O mecanicismo do século XIX
Vitalismo
Biologia organísmica
Pensamento sistêmico
Física quântica
Psicologia da Gestalt
Ecologia
CAPÍTULO 3 Teorias Sistêmicas
Critérios do pensamento sistêmico
***figura 3-1: mudança figura/fundo de objetos para relações
Pensamento processual
Tectologia
Teoria geral dos sistemas
CAPÍTULO 4 A Lógica da Mente
Os ciberneticistas
Realimentação (feedback)
***figura 4-1: causalidade circular de um laço de realimentação
***figura 4-2: laço de realimentação representando a pilotagem de um barco
***figura 4-3: elos causais positivos e negativos
***figura 4-4: regulador centrífugo
***figura 4-5: laço de realimentação para o regulador centrífugo
Teoria da informação
A cibernética do cérebro
O modelo do computador para a cognição
Impacto sobre a sociedade

PARTE TRÊS / AS PEÇAS DO QUEBRA-CABEÇA
CAPÍTULO 5 Modelos de Auto-Organização
Pensamento sistêmico aplicado
A ascensão da biologia molecular
Crítica do pensamento sistêmico
A importância do padrão
Redes – o padrão da vida
Emergência da concepção de auto-organização
Estruturas dissipativas
***figura 5-1: padrão de células hexagonais de Bénard num recipiente cilíndrico, visto de cima / o diâmetro do recipiente é de, aproximadamente, 10 cm, e a altura da coluna líquida é de, aproximadamente, 0,5 cm / extraído de Bergé (1981)
***figura 5-2: atividade química ondulatória na chamada reação de Belousov-Zhanbotinskii; extraído de Prigogine (1980)
Teoria do laser
Hiperciclos
***figura 5-3: uma rede catalítica de enzimas, incluindo um laço fechado (E1 ... E15); extraído de Eigen (1971)
Autopoiese – a organização dos seres vivos
Gaia – a Terra viva
***figura 5-4: algas (coccolithophore) oceânicas com conchas calcárias
***figura 5-5: as quatro fases evolutivas do Mundo das Margaridas
***figura 5-6: evolução da temperatura no Mundo das Margaridas: a curva tracejada mostra o aumento da temperatura sem vida presente / a curva cheia mostra como a vida mantém uma temperatura constante / extraído de Lovelock (1991)
Uma síntese prévia
CAPÍTULO 6 A Matemática da Complexidade
Ciência clássica
***figura 6-1: gráfico correspondente à equação y=x+1 / para qualquer ponto sobre a linha reta, o valor da coordenada y é sempre uma unidade maior do que o da coordenada x
Equações diferenciais
***figura 6-2: gráfico correspondente à equação y=x2 / para qualquer ponto da parábola, a coordenada y é igual ao quadrado da coordenada x
***figura 6-3: gráfico mostrando o movimento de dois corpos, um deles movendo-se com velocidade constante e o outro acelerando
***figura 6-4: para calcular uma velocidade constante, divida a diferença entre as coordenadas de distância (d2-d1) pela diferença entre as coordenadas de tempo (t2-t1)
***figura 6-5: cálculo da velocidade aproximada entre dois pontos no caso do movimento acelerado
Encarando a complexidade
Não-linearidade
Realimentação e iterações
***figura 6-6: o mapeamento logístico, ou 'transformação do padeiro'
Poincaré e as pegadas do caos
Trajetórias em espaços abstratos
***figura 6-7: o espaço de fase bidimensional de um pêndulo
***figura 6-8: trajetória do pêndulo no espaço de fase
***figura 6-9: trajetória no espaço de fase de um pêndulo com atrito
Atratores estranhos
***figura 6-10: o atrator de Ueda; extraído de Ueda et al. (1993)
O 'efeito borboleta'
***figura 6-11: o atrator de Lorenz; extraído de Mosekilde et al. (1994)
Da quantidade para a qualidade
Geometria fractal
***figura 6-12: operação geométrica para construir uma curva de Koch
***figura 6-13: a curva de floco de neve de Koch
***figura 6-14: modelagem de uma linha litorânea com uma curva de Koch
***figura 6-15: forjamento fractal de uma samambaia; extraído de Garcia (1991)
Números complexos
***figura 6-16: a linha dos números
***figura 6-17: o plano complexo
Padrões dentro de padrões
***figura 6-18: diversos tipos de conjuntos de Julia; extraído de Peitgen e Richter (1986)
***figura 6-19: o conjunto de Mandelbrot; extraído de Peitgen e Richter (1986)
***figura 6-20: estágios de uma viagem pelo interior de um conjunto de
Mandelbrot / em cada figura, a área que será ampliada na figura seguinte é marcada com um retângulo branco; extraído de Peitgen e Richter (1986)

PARTE QUATRO / A NATUREZA DA VIDA
CAPÍTULO 7 Uma Nova Síntese
Padrão e estrutura
Os três critérios fundamentais
***quadro-sinóptico: critérios fundamentais de um sistema vivo
Autopoiese – o padrão da vida
***figura 7-1: componentes básicos de uma célula vegetal
***
quadro-sinóptico: glossário de termos técnicos
***figura 7-2: processos metabólicos numa célula vegetal
***figura 7-3: componentes de uma rede autopoiética envolvida na reparação do ADN
Estrutura dissipativa – a estrutura dos sistemas vivos
***figura 7-4: funil de redemoinho de água numa banheira
Cognição – o processo da vida
CAPÍTULO 8 Estruturas Dissipativas
Estrutura e mudança
***figura 8-1: uma cadeia alimentar típica
Não-equilíbrio e não-linearidade
A flecha do tempo
Ordem e desordem
***figura 8-2: experimento de pensamento de Boltzmann
Pontos de instabilidade
Um novo diálogo com a Natureza
CAPÍTULO 9 Autocriação
Autômatos celulares
Simulando redes autopoiéticas
***figura 9-1: simulação, por computador, de rede autopoiética
Redes binárias
***figura 9-2: uma rede binária simples
***figura 9-3: três seqüências de estados em rede binária
Na margem do caos
***figura 9-4: relações entre o número de genes, tipos de células e atratores nas redes binárias correspondentes para diferentes espécies
A vida em sua forma mínima
***figura 9-5: forma básica de uma gotícula de 'micélula'
Organismos e sociedades
A autopoiese no domínio social
O sistema de Gaia
O Universo como um todo
Acoplamento estrutural
Desenvolvimento e evolução
CAPÍTULO 10 O Desdobramento da Vida
Darwinismo e neodarwinismo
A visão sistêmica da evolução
Caminhos de criatividade
A evolução por meio da simbiose
As idades da vida
A origem da vida
***quadro-sinóptico: eras da vida X bilhões de anos atrás x etapas da evolução
Tecendo a teia bacteriana
A crise do oxigênio
A célula nucleada
Evolução de plantas e animais
***figura 10-1: relações evolutivas entre os cinco reinos da vida
Conquistando a Terra
***quadro-sinóptico: evolução de plantas e animais
Cuidando dos jovens
A aventura humana
***quadro-sinóptico: evolução humana
CAPÍTULO 11 Criando um Mundo
Ciência cognitiva
A teoria de Santiago
Ausência de representação, ausência de informação
Maturana e Bateson
Computadores revisitados
Imunologia cognitiva
Uma rede psicossomática
CAPÍTULO 12 Saber que Sabemos
Linguagem e comunicação
Linguageamento
Estados primários de consciência
A condição humana
*
Epílogo: Alfabetização Ecológica
Apêndice: Bateson Revisitado
Notas
Bibliografia

A TEIA DA VIDA - III orelhas

LIVRO: "A TEIA DA VIDA - UMA NOVA COMPREENSÃO CIENTÍFICA DOS SISTEMAS VIVOS" (1996)
DE: Fritjof Capra
ED: Amana-Key e Cultrix (Brasil, São Paulo: 2004, 256 pág.)
Título original: The Web of Life - A New Scientific Understanding of Living Systems
Tradução do inglês: Newton Roberval Eichemberg
Design da capa: Katia Di Clemente
*
ORELHAS
"Isso nós sabemos
Todas as coisas são conectadas
como o sangue
que une uma família...
O que acontecer com a Terra
acontecerá com os filhos e as filhas da Terra.
O Homem não teceu a teia da vida,
ele é dela apenas um fio.
O que ele fizer para a teia
estará fazendo a si mesmo."
*******Por: Ted Perry (inspirado pelo Chefe Seattle)
*
"A vitalidade e acessibilidade das idéias de Fritjof Capra o tornaram um dos mais eloqüentes porta-vozes das mais recentes descobertas que estão emergindo nas fronteiras do pensamento científico, social e filosófico. Em seus bestsellers internacionais, O Tao da Física e O Ponto de Mutação, Capra justapôs a física e o misticismo para definir uma nova linguagem científica que descreve os inter-relacionamentos e as interdependências entre fenômenos psicológicos, biológicos, físicos, sociais e culturais - a 'teia da vida'. Nos últimos 25 anos, os cientistas têm desafiado as visões convencionais da evolução e organização de sistemas vivos e desenvolvido novas teorias com implicações filosóficas e sociais revolucionárias. Fritjof Capra tem estado na vanguarda dessa revolução. Em A Teia da Vida, Capra propicia uma síntese brilhante de descobertas científicas recentes como a teoria da complexidade, a teoria de Gaia, a teoria do caos e outras explicações das propriedades de organismos, sistemas sociais e ecossistemas. As descobertas surpreendentes de Capra confrontam os paradigmas mecanicistas e darwinistas aceitos e proporcionam uma extraordinária nova base para políticas ecológicas que nos permitam construir e sustentar comunidades sem colocar em risco as oportunidades para futuras gerações. Baseado em dez anos de pesquisas e discussões com cientistas de vanguarda em todo o mundo, A Teia da Vida apresenta novas e estimulantes perspectivas sobre a natureza da vida e abre caminho para a autêntica interdisciplinaridade."

A TEIA DA VIDA - IV Fritjof Capra

LIVRO: "A TEIA DA VIDA - UMA NOVA COMPREENSÃO CIENTÍFICA DOS SISTEMAS VIVOS" (1996)
DE: Fritjof Capra
ED: Amana-Key e Cultrix (Brasil, São Paulo: 2004, 256 pág.)
Título original: The Web of Life - A New Scientific Understanding of Living Systems
Tradução do inglês: Newton Roberval Eichemberg
Design da capa: Katia Di Clemente
*
AUTOR: FRITJOF CAPRA
Com doutorado em física teórica da Universidade de Viena, Fritjof Capra tem dado palestras e escrito extensamente sobre as implicações filosóficas da nova ciência. É autor de O Tao da Física (The Tao of Physics, 1975), O Ponto de Mutação (The Turning Point, 1982) e Sabedoria Incomum (Uncommon Wisdom, 1988), e co-autor de Pertencendo ao Universo (Belonging to the universe: Explorations on the frontiers of science and spirituality, 1991), livro que recebeu o American Book Award em 1992. Atual diretor do Centro para Alfabetização Ecológica em Berkeley, Califórnia, cidade onde vive com a esposa e filha.
*
VER TAMBÉM... a Homepage de CARLOS GUIMARÃES e o Blog ABERTO PARA A ENERGIA.

terça-feira, 27 de abril de 2010

ANTOLOGIA DE TEXTOS FILOSÓFICOS - III sumário

LIVRO: ANTOLOGIA DE TEXTOS FILOSÓFICOS (2009)
DE: Jairo Marçal (org.)
ED: SEED/PR - Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Brasil, Curitiba: 2009, 736 págs.)

SUMÁRIO

Apresentação I, por Yvelise Freitas de Souza Arco-Verde
Apresentação II, por Mary Lane Hutner
Apresentação III, por Jairo Marçal (org.), Bernardo Kestring, Eloi Corrêa dos Santos, Juliano Orlandi e Wilson José Vieira
Prefácio, por Marilena Chauí

AGOSTINHO DE HIPONA
Agostinho: a razão em progresso permanente - Cristiane Abbud Ayoub, Moacyr Novaes
Confissões - (excertos) Livro XI

ARISTÓTELES
Aristóteles e a superação do paradigma da Academia - José Veríssimo Teixeira da Mata
Política - excertos (1252a - 1253b; livro III: 1274b30 a 1276a) - sobre o cidadão e a cidadania

AVICENA
Avicena, o grande mestre da filosofia árabe-muçulmana - Jamil I. Iskandar
Epístolas

BERKELEY
George Berkeley e a Terra Incógnita da Filosofia: Percepção, Linguagem, Ilusão - Everaldo Skrock
Ensaio para uma nova teoria da visão
Teoria da visão defendida e explicada

BORNHEIM
Bornheim: Estética e Crítica - Roberto Figurelli
Gênese e metamorfose da crítica

DESCARTES
Meditando com Descartes: da dúvida ao fundamento - César Augusto Battisti
Meditações - excertos das Meditações 1a, 2a, 3a, 4a, 5a e 6a

ESPINOSA
Espinosa: Considerações sobre o Tratado Breve - Paulo Vieira Neto
Tratado breve (2a parte)

FOUCAULT
Foucault: Um pensador da nossa época, para a nossa época - Inês Lacerda Araújo
Poder e saber (entrevista a S. Hasumi)
O poder, um magnífico animal (entrevista a M. Osório)

GRAMSCI
Antonio Gramsci - Filosofia, História e Política - Anita Helena Schlesener
A indiferença
A história
Cadáveres e idiotas
Rabiscos
O progresso no índice de ruas da cidade
Filantropia, boa vontade e organização
A sua herança
Os jornais e os operários
A luz que se apagou
Crônicas de L'Ordine Nuovo - IX
Crônicas de L'Ordine Nuovo - XXX

HEGEL
Hegel e o caráter ético-político da ideia de liberdade - Cesar Augusto Ramos
Excertos e parágrafos traduzidos

HOBBES
Hobbes e o Estado - Maria Isabel Limongi
Leviatã cap. XIII e XVII

HUME
Relação causal e a vontade como um evento natural em Hume - Maria Isabel Limongi
Uma investigação sobre o entendimento humano (seção 8)

KANT
Kant e a liberdade de pensar publicamente - Vinicius de Figueiredo
Resposta à questão - o que é esclarecimento?

MAQUIAVEL
Liberdade e república no pensamento de Maquiavel - Carlo Gabriel Kszan Pancera
Discursos sobre a 1a década de Tito Lívio
O príncipe

MARX
Marx e a filosofia como emancipação - Jairo Marçal
Sobre a crítica da filosofia do direito de Hegel - Introdução

MERLEAU-PONTY
Merleau-Ponty: Entre o corpo e a alma - Luiz Damon Moutinho
Conversas 1a, 2a e 5a

NIETZSCHE
Entre a verdade e o impulso à verdade: apresentação ao ensaio de Nietzsche "Sobre verdade e mentira o sentido extra-moral" - Antonio Edmilson Pachoal
"Sobre a verdade e a mentira no sentido extra-moral"

PLATÃO
Platão e os primórdios da estética - Roberto Figurelli
Excerto do diálogo Hípias Maior
Excerto de A República (livro X)

ROUSSEAU
Rousseau contra o seu tempo - Rodrigo Brandão
Discurso sobre as ciências e as artes (excertos - 1a e 2a parte)
Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens (excertos - Prefácio; Discurso; 1a parte e 2a parte)
Contrato Social (excertos - Livro I: capítulos 1; 3; 4; 6; 7; 8)

SARTRE
A liberdade é a moral da história: Sartre, vida e obra - Luiz Damon Moutinho
O existencialismo é um humanismo

SCHILLER
O homem estético na visão de Schiller - Roberto Figurelli
Cartas XII; XIV e XV

TOMÁS DE AQUINO
Tomás de Aquino e o pensamento político medieval - Alfredo Storck
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ÍNDICE REMISSIVO

segunda-feira, 26 de abril de 2010

ANTOLOGIA DE TEXTOS FILOSÓFICOS - IV prefácio

LIVRO: ANTOLOGIA DE TEXTOS FILOSÓFICOS (2009)
DE: Jairo Marçal (org.)
ED: SEED/PR - Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Brasil, Curitiba: 2009, 736 págs.)

PREFÁCIO, por Marilena Chauí

I.
"É conhecido o famoso adágio: "a
filosofia é uma ciência com a qual e sem a qual o mundo permanece tal e qual". Ou seja, a filosofia é perfeitamente inútil. Teria sido este o motivo para sua exclusão no Ensino Médio? Não foi o caso.
A filosofia foi excluída do currículo do Ensino Médio no período da ditadura, portanto, entre 1964 e 1980. De 1964 a 1968, não houve grandes mudanças na grade curricular. As sucessivas reformas da educação se iniciaram a partir de 1969, após a promulgação do Ato Institucional no.5 (em dezembro de 1968), que suspendeu direitos civis e políticos dos cidadãos em nome da segurança nacional. O primeiro momento da reforma do Ensino Médio deu-se sob a vigência do AI-5 e da Lei de Segurança Nacional.
Apesar do adágio sobre sua aparente inutilidade, a filosofia foi excluída da grade curricular por ser considerada perigosa para [a] segurança nacional, ou como se dizia na época, "subversiva". Foi substituída por uma disciplina denominada Educação Moral e Cívica, que supostamente deveria doutrinar os jovens para a afirmação patriótica e a recusa da subversão da ordem vigente. Como se sabe, no início, essa disciplina foi lecionada por militares, o que a tornou suspeita aos olhos dos demais professores e raramente foi levada a sério pelos alunos.
O sucesso da reforma estava noutro lugar.
Com efeito, a reforma deu ênfase aos conhecimentos técnico-científicos e manifestou desinteresse pelas humanidades, consideradas pouco significativas para o chamado "milagre brasileiro". Essa primeira reforma, que seria sucedida por várias outras, instituiu o modelo educacional que vigorou pelos quase 50 anos seguintes: o Ensino Médio passou a ser visto de maneira puramente instrumental (e não mais como um período formador), isto é, como etapa preparatória para a universidade e esta, como garantia de ascensão social para uma classe média que, desprovida de poder econômico e político, dava sustentação ideológica à ditadura e precisava ser recompensada. Para isso, teve início o ensino de massa, sob a alegação de democratizar a escola.
O modelo educacional submeteu o ensino às condições do mercado, isto é, tomou a educação como mercadoria, [1] seja ao estimular a privatização do ensino e minimizar a presença do Estado do campo da educação, tornando precária e insignificante a escola pública e fomentando a exclusão social; [2] seja ao adequar o ensino às exigências do mercado de trabalho, que passou a determinar a própria grade curricular, de tal maneira que cada reforma pode ser perfeitamente compreendida à luz das condições desse mercado em cada momento econômico e social do país; [3] seja, enfim, ao conferir pouca importância à formação dos professores, como atesta a introdução da chamada Licenciatura Curta, e ao não lhes assegurar condições de trabalho dignas.
Evidentemente, houve resistência e luta contra o modelo educacional implantado pelas sucessivas reformas. Desde os meados dos anos 1970, associações docentes e estudantis de todo o país lutaram pela revalorização das humanidades no Ensino Médio e, entre eles, estiveram os grupos que se empenharam pelo retorno do ensino obrigatório da filosofia.
Assim, a volta da filosofia ao Ensino Médio tem, hoje, um significado simbólico de extrema relevância ao assinalar a presença da ideia da educação como formação, isto é, [1] como interesse pelo trabalho do pensamento e da sensibilidade, [2] como desenvolvimento da reflexão para compreender o presente e o passado, e [3] como estímulo à curiosidade e à admiração, que levam à descoberta do novo.
Por isso mesmo, é grande a responsabilidade dos professores universitários de filosofia, pois lhes cabe a tarefa de preparar os docentes do Ensino Médio, por meio de [1] formação filosófica sólida, [2] formação pedagógica segura e [3] recursos bibliográficos amplos e adequados. Além de, juntamente com eles, exigir condições de trabalho dignas (desde o salário, o número de horas de aula, o tamanho das classes até a garantia de que, sejam quais forem as condições sócio-econômicas dos alunos, a escola lhes assegure o acesso aos recursos educativos)."

II.
"Retomemos o adágio que afirma a inutilidade da
filosofia.
Essa imagem encontra-se presente entre os alunos do Ensino Médio, que ainda estão marcados pelo modelo instrumental do ensino e pela figura dos exames vestibulares como fim último da existência escolar. Para muitos deles, a filosofia é um conjunto de termos abstratos, genéricos, na maioria das vezes incompreensíveis, palavrório que, no final das contas, se refere a coisa nenhuma. Curiosamente, porém, eles também costumam considerar a filosofia um conjunto de opiniões e valores pessoais, que orientam a conduta, o julgamento e o pensamento de alguém, variando de indivíduo para indivíduo - cada um tem "a sua filosofia".
Como quebrar essas imagens? Ou melhor, como fazer com que os alunos percebam que essas imagens não são absurdas, mas que seu sentido não é exatamente aquele com que se acostumaram? Como mostrar-lhes que a filosofia é um forma determinada de saber e não um conjunto fragmentado de opiniões, uma coleção de "eu acho que"? Como fazê-los compreender que esse saber é reflexivo e crítico (simultaneamente ruptura com o senso-comum e compreensão do sentido desse senso-comum)? Como levá-los a perceber que a filosofia possui uma história que lhe é imanente, mas que também a transcende, pois ela está na história? Como fazê-los ver que um filósofo interroga as questões de seu tempo para apreender o sentido da experiência vivida por ele e por seus contemporâneos e que, assim procedendo, nos ensina a interrogar nosso próprio presente?
Certamente, procedendo como o patrono da filosofia, Sócrates, convidando-os a interrogar o que são e de onde nascem suas crenças tácitas e suas opiniões explícitas. Essa interrogação, sabemos, levou Sócrates perante a Assembléia de Atenas, que o condenou como perigoso para a juventude. Essa interrogação levou à exclusão da filosofia no Ensino Médio, considerada subversiva pela Lei de Segurança Nacional. O convite a indagar sobre a origem e o sentido de nossas ideias, sentimentos e ações é, sem dúvida, um bom começo para a iniciação à filosofia.
Que caminho melhor para isso do que familiarizar os alunos com aquilo que é o cerne e o coração da filosofia, o discurso filosófico?
Experiência da razão e da linguagem, a filosofia é a peculiar atividade reflexiva em que, na procura do sentido do mundo e dos humanos, [1] o pensamento busca pensar-se a si mesmo, [2] a linguagem busca falar de si mesma e [3] os valores (o bem, o verdadeiro, o belo, o justo) buscam a origem e a finalidade da própria ação valorativa. Essa experiência [da razão e da linguagem], concretizada no e pelo trabalho de cada filosófico, constitui o discurso filosófico.
Por que a filosofia é um discurso dotado de características próprias, a iniciação a ela encontra um caminho seguro no ensino da leitura dessa modalidade de discurso, a fim de que os alunos aprendam a descobrir, no movimento e na ordenação das ideias de um texto, a lógica que sustenta a palavra filosófica para que possam analisá-la e comentá-la, primeiro, e interpretá-la, depois."

III.
"O que é ler?

Começo distraidamente a ler um livro. Contribuo com alguns pensamentos, julgo entender o que está escrito porque conheço a língua e as coisas indicadas pelas palavras, assim como sei identificar as experiências ali relatadas. Escritor e leitor possuem o mesmo repertório disponível de palavras, coisas, fatos, experiências, depositados pela cultura instituída e sedimentados no mundo de ambos.
De repente, porém, algumas palavras me "pegam". Insensivelmente, o escritor as desviou de seu sentido comum e costumeiro e elas me arrastam, como um turbilhão, para um sentido novo, que alcanço apenas graças a elas. O escritor me invade, passo a pensar de dentro dele e não apenas com ele, ele se pensa em mim ao falar em mim com palavras cujo sentido ele fez mudar. O livro que eu parecia dominar soberanamente apossa-se de mim, interpela-me, arrasta-me para o que eu não sabia, para o novo. O escritor não convida quem o lê a reencontrar o que já sabia, mas toca nas significações existentes para torná-las destoantes, estranhas, e para conquistar, por virtude dessa estranheza, uma nova harmonia que se aposse do leitor.
Ler, escreve Merleau-Ponty, é fazer a experiência da "retomada do pensamento de outrem através de sua palavra", é uma reflexão em outrem, que enriquece nossos próprios pensamentos. Por isso, prossegue Merleau-Ponty, "começo a compreender uma filosofia deslizando para dentro dela, na maneira de existir de seu pensamento", isto é, em seu discurso."
*
IMAGEM encontrada em... Ciranda Internacional de Informação Independente.

ANTOLOGIA DE TEXTOS FILOSÓFICOS - V índice remissivo

LIVRO: ANTOLOGIA DE TEXTOS FILOSÓFICOS (2009)
DE: Jairo Marçal (org.)
ED: SEED/PR - Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Brasil, Curitiba: 2009, 736 págs.)

A
absoluto, ação, acidente, acidentes essenciais, admiração, afeto, afetos passionais, afetos racionais, agnosticismo, ágora, Agostinho (de Hipona), aisthésis, Alcorão, Alexandre, Alexandre de Hales, Al-Farabi, alma, ambição, Ambrósio, amor, amor à liberdade, análise dos discursos, análise existencial, ancien régime (antigo regime), angústia, animal político, anormal, aparelho judiciário, aparelho uniformizador, aparência, aparência sensível, apetite, aristocracia, Aristóteles, arqueólogo do saber, arte moderna, arte ou artes, artes práticas, artes superiores e inferiores, assembleia, assembleia (membro da), associação política, astúcia, ateísmo, atividade abstrata do pensamento, ato, ato de conhecimento, ato voluntário, autarquia, autenticidade, autoalienação, autoconsciência, autoconsciência universal, autocracia, autocrático, autoilusão, autolibertação, autonomia, autoposição do sujeito, autoprovimento, autoridade, autoridade legislativa, autorreferencial, autorreferente, autossentimento, avareza, Averróis, Avicena

B
Bachelard (G.), Bacon (F.), base social, Bastilha, Bauer (B.), Baumgarten (A.G.), Beauvoir (S.), Beethoven, belas-artes, beleza, beleza (concepção schilleriana da), bellum omnium contra omnes, belo, bem, bem comum, bem-viver, Berkeley (G.), bíblia, biopoder, Blanchot (M.), bom, bondade, Bornheim (G.), Bossuet (J-B.), bourgeoisie, bourgeois, Brecht (B.), budismo, burguesia, burocracia, burocracia do Estado

C
Camus (A.), Canguilhem (G.), capitalismo, categorias, causa e efeito, causalidade, censura, certeza, ceticismo, ceticismo acadêmico, Cézanne (P.), Chardin, (J-B-S.), Chladni (E.F.), Cícero, cidadania, cidadão(s), cidade-estado, ciência(s), ciência clássica, ciência da lógica, ciência da sexualidade, ciência do absoluto, ciência estatal alemã, ciência moderna, ciências empíricas, ciências frívolas, ciências humanas, citas, citoyen, civilidade, civitas, classe (social), classe burguesa, classe dirigente, classe dominante, classe média, classe operária, classe(s) trabalhadora(s), classe (dominação de), classe (sociedade de), classes hierárquicas, classes (interesses de), classes (luta de), Cocteau (J.), cogito, coisa em si, coisa pensante, coisas materiais, comédia, competição, Comte (A.), comunidade, comunidade autárquica, comunidade civil, comunidade da família, comunidade de cidadãos, comunidade de pensadores, comunidade de puros espíritos, comunidade dos seres racionais, comunidade perfeita, comunidade política, comunismo, conceito(s), conceito(s) (formação do ou dos), conceito claro e distinto, conceito formal, conceito substancial, conceito (dialética superior do), conceito (diferenças do), conceito (exame do), conceito (lógica do), conceito (momento do), conceito (natureza do), conceito (negatividade do), conceito (objetividade do), conceito (realização do)...