sábado, 6 de janeiro de 2018

ÉVOLON - O que é?

(autor: Christina Garcia, 06.01.2018)

ÉVOLON - Unidade de medida das mudanças qualitativas ou de estado estacionário nos processos evolutivos ao longo do tempo, por vezes irreversíveis ou não, é a definição que propomos aqui.
Considera-se toda estabilidade como dinâmica em si, com flutuações quantitativas, eventuais crises e consequente auto-organização na interação com o ambiente; presente em toda a realidade conhecida, damos aqui como exemplo o processo homeostático de auto-ajuste permanente do qual dependem para sobreviver absolutamente todos os seres vivos, incluindo nós mesmos. Por outro lado, ultrapassagens quantitativas do limite crítico podem resultar em deslocamento do parâmetro de auto-ajuste para outro patamar qualitativo – esta é uma mudança de estado estacionário, ou simplesmente: évolon.
O termo ‘évolon’ foi apresentado em artigo de 1981 intitulado Structure-BuildingPhenomena in Systems with Power-Product Forces, de autoria dos cientistas: Werner Mende, do Instituto de Geografia e Geoecologia; e Manfred Peschel, do Departamento Científico de Matemática e Cibernética; ambos da Academy of Sciences of the GDR, Alemanha. Eles não quiseram apenas dar a designação de évolon para cada passo elementar na evolução da complexidade de um sistema, mas também mostrar a complexidade dentro de cada évolon, que possui 7 fases evolutivas: rompimento, latência, expansão, transição, maturação, clímax e instabilidade.
É Jorge de Albuquerque Vieira, em seu livro Teoria do Conhecimento e Arte, vol. I (2006), quem nos traz Mende e Peschel, aplicando a ideia de évolon à de crise-criadora, indispensável para a evolução do conhecimento na ciência e nas artes; afinal: “paradigmas também são sistemas em evolução”.
Apesar de não utiliza-lo diretamente, podemos dizer que o conceito do évolon está em interessante convergência com uma série de pensadores: Heráclito, Hegel, Marx, Engels, Peirce; além de Capra, do Tao e o princípio Yin/Yang.

Um comentário:

Quácula de Itanhangarward disse...

Parabenizamos esse Blog por sua pertinência e profundidade nas sínteses conceituais que, por sua pertinência e esmero teórico, sempre nos auxilia nas fundamentações e bibliografias. Assim sendo, desejamos vida longa e profícua para as reflexões da Dra. Maria Sistemista. Axé, Quácula.