terça-feira, 27 de outubro de 2009

TEORIA GERAL DOS SIGNOS - II orelhas

LIVRO: A TEORIA GERAL DOS SIGNOS - COMO AS LINGUAGENS SIGNIFICAM AS COISAS (1995)
DE: Lucia Santaella
ED: Thomson/Pioneira (Brasil, São Paulo: 2004, 156 págs.)
Revisão: Janice Yunes
Capa: Macquete Produções Gráficas

ORELHAS
"O extraordinário poder das comunicações de massa, as modernas mídias eletrônicas renovam a cada minuto a perplexidade e o interesse do homem contemporâneo diante da proliferação dos signos e de seu funcionamento, muitas vezes caprichoso e obscuro.

É por essa razão que a
semiótica de Charles Sanders Peirce está na ordem do dia, muitas décadas depois da morte de seu mentor; e é cada vez mais comum ouvir-se falar de Peirce, de símbolos, ícones, índices, semiose etc. Esse apressado mundo das mídias – que continuamos precisando decifrar, se não quisermos ser devorados – talvez seja um dos principais responsáveis pelo fato de, mesmo estando na moda, Peirce e sua semiótica continuarem sendo conhecidos "de orelhada".

É na contracorrente desse
"ouvir dizer" que Lucia Santaella não se cansa de remar. Como ela mesma diz, "este é um livro de amor pelas minúcias, de calma e paciência para com os conceitos"; a calma e a paciência necessárias para que os pormenores de uma primeira impressão possam revelar-se, por assim dizer, "pormaiores", capazes de esclarecer, na obra de Peirce, o que já era hábito considerar "obscuro por natureza".
Assim, a semiose, o complexo processo por meio do qual o signo constrói a representação e torna possível a comunicação, vai revelando a lógica única e absoluta de seu engendramento [enredamento, formação de redes], numa verdadeira autogeração. Concentrando o melhor de seus esforços no Peirce menos conhecido do público, Santaella adentrou o labirinto dos manuscritos inéditos. Percorre-o com firmeza e determinação, e não esquece de ir desenrolando, a cada passo, o novelo da leitura atenta e sistemática, cujo fio garantirá a volta segura.

Esse retorno, pelo qual vamos ansiando tanto quanto pelo esclarecimento final do crime, num policial, traz ao leitor a recompensa final da eficácia do conceito, a surpresa de um autor melhor delineado, a riqueza de uma obra permanentemente "em progresso". Esse livro realiza a proeza de ao mesmo tempo nos introduzir à semiótica, nos conduzir através de uma paisagem pouco visitada e nos fazer mergulhar numa das mais importantes tentativas de erguer uma teoria geral dos signos."

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